sábado, 14 de agosto de 2010

Não me enxergo, mas me sinto.

Preciso estar firmemente pousada sobre algo - ou alguém. Abraços me seguram. E eu me agarro. Tenho medo da falta de gravidade: solta demais me perco, não vôo senão em sonhos. (...) Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei. 
Não tenho nada a ver com galáxia, mato, boate, a vida dos outros, comerciais de tevê e igrejas. Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.
Minto, tenho tudo a ver com explosões.

 Martha Medeiros.

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